Manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (11), no Centro de Macapá, para reivindicar melhorias no fornecimento de energia no Amapá.
O estado enfrenta o 9º dia de apagão, com 80% da energia restabelecida, segundo o governo federal, e com falhas no rodízio de eletricidade estipulado. Não houve nenhum registro de violência no ato até a última atualização desta reportagem.
Na semana passada, um incêndio atingiu a mais importante subestação do estado, que fica na Zona Norte de Macapá e alimenta 13 das 16 cidades do estado. Quase 90% do Amapá chegou a ficar sem luz.
Com cartazes cobrando por justiça, panelas, carro de som e tambores, os manifestantes cobraram também investigação rápida do caso do adolescente que foi ferido com um disparo de bala de borracha no olho direito durante um ato na Zona Sul na sexta-feira (6). Segundo familiares, o ferimento pode ter causado danos graves à visão dele.
O ato foi convocado pelas redes sociais. Os manifestantes se concentraram na Praça da Bandeira e depois foram para a frente do Palácio do Setentrião, sede do governo do Estado, interditando o trânsito na Rua General Rondon, entre as avenidas FAB e Procópio Rola, com gritos de ordem.
Após o ato em frente ao Palácio, o cruzamento entre FAB e General Rondon foi tomado. Uma vela simbólica foi acendida enquanto manifestantes gritavam por ordem e faziam uma oração pelo Amapá. Um motoqueiro tentou furar a aglomeração para passar, mas não conseguiu.
Em seguida, o grupo saiu percorrendo a Avenida FAB, a Rua Cândido Mendes e a Rua Azarias da Costa Neto, que fica em frente à Praça Zagury. Após parar em diversos cruzamentos, a manifestação entrou na Avenida Padre Júlio, dobrou na Rua São José e, por fim, chegou até a Avenida Antônio Coelho de Carvalho para finalizar na Praça Floriano Peixoto.
O percurso aconteceu somente na região Central e por onde passava deixava um engarrafamento de carros. Muitos veículos buzinaram em apoio ao protesto. Durante a noite, mais velas foram acesas por manifestantes para iluminar o ato.
Viviane Amorim, de 20 anos, teve seus estudos prejudicados pelo apagão. Ela, que estuda na Universidade Federal da Paraíba, chegou em Macapá em setembro para ficar com a família, quando as aulas presenciais foram suspensas por conta da pandemia, e continuou os estudos por meio de ensino a distância (EAD).
Rodrigo Alcântara, de 24 anos, que trabalha com uma empresa de distribuições, falou que está indignado com a situação de calamidade vivida nos municípios afetados pelo apagão.
"As eleições estão chegando e tem gente que não quer votar, isso é inadmissível, tem muitas famílias no poder e a gente sabe que essa é a causa do que tá acontecendo. Famílias que não se importam com o estado, enquanto as nossas trabalham muito para ter o mínimo e é por isso que eu tô aqui, porque eu tô revoltado", falou.