O estado de São Paulo tem ao menos 208 candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito que declararam renda superior a R$ 1 milhão, mas que constam na lista do Ministério da Cidadania como beneficiários do auxílio emergencial do governo federal, segundo auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O órgão cruzou a lista de bens declaradas pelos candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o cadastro do auxílio emergencial e constatou quase 11 mil candidatos em todo o país, que têm patrimônio superior a R$ 300 mil, mas que receberam o auxílio emergencial, seja na forma inicial de R$ 600 ou os R$ 300 residuais do programa. São Paulo e Minas Gerais são recordistas nas irregularidades .
Em São Paulo, o TCU detectou que 1.980 candidatos em todo o estado estão na lista de beneficiários do auxílio emergencial e têm patrimônio declarado acima de R$ 300 mil. Do total, 37 são candidatos ao cargo de prefeito, 48 de vice-prefeito e 1.895 de vereador.
Nesse grupo de 1.980, 208 são candidatos com patrimônio declarado de mais de R$ 1 milhão. O caso que chama mais atenção em São Paulo é o de um candidato a vereador da cidade de Espírito Santo do Pinhal, que tem o patrimônio declarado de R$ 13,5 milhões, mas que estava recebendo o auxílio residual de R$ 300 do governo federal.
Entre os bens declarados desse candidato há três fazendas avaliadas em R$ 3 milhões cada, mas o nome dele aparece entre os beneficiários do auxílio emergencial, solicitado através do aplicativo da Caixa Econômica Federal.
Em todo o país, o TCU identificou ao menos 1.320 candidatos com o patrimônio superior a R$ 1 milhão, além de outros 2.525 que declararam ao TSE patrimônio de até R$ 750 mil.