Uma quadrilha que aliciava menores de idade e as forçava a se prostituir foi desmantelada em Belo Horizonte (MG) pela Polícia Civil. Três pessoas estão presas, dois homens e uma mulher. Além disso, diversos equipamentos eletrônicos com pornografia infanto-juvenil foram apreendidos.
São 10 vítimas entre 13 e 17 anos, sendo que duas têm 13 anos e uma delas está grávida. Uma das exploradoras de adolescentes era uma mulher, de 20 anos, que além de ser investigada pelo aliciamento de adolescentes, contou aos policiais que, quando era mais jovem, também foi aliciada e depois passou a ajudar o grupo a encontrar as meninas. Os outros dois presos têm 45 e 48 anos e foram encaminhados ao sistema prisional. Eles seriam influenciadores digitais e blogueiros.
Segundo as delegadas Elenice Cristine Batista Ferreira, chefe da Divisão Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), e Iara França, chefe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), e Delegada Renata Ribeiro, a exploração sexual se dava por meio do favorecimento da prostituição nos eventos e em viagens.
A delegada Elenice lembra que a legislação brasileira tipifica o crime de aliciamento e exploração sexual de menores de idade e que a pena é de 10 anos. “Adolescente não se prostitui, adolescente é explorada. Homem que busca sexo com adolescente, e paga por isso, está cometendo crime”.
De acordo com as investigações, as adolescentes eram atraídas por um site de anúncios, que procurava jovens e oferecia brindes e presentes. Na verdade, as meninas eram oferecidas como acompanhantes para festas, jantares e viagens, com o objetivo de se prostituir.
Os clientes eram, na maioria, homens casados, que gostavam de se relacionar com menores. Os brindes, segundo a polícia, eram jantares, presentes e gorjetas. Muitas vezes, também eram realizadas festas, com presença das adolescentes, que acabavam se misturando aos convidados e se prostituíam.
Nas festas, havia a ligação com o tráfico de drogas, pois essas eram sempre regadas a maconha, cocaína e outras drogas. Vítimas contaram que os homens lhes davam “loló” para cheirar e depois faziam sexo com elas.
As investigações, segundo as delegadas, tiveram início em maio deste ano, quando a delegacia foi procurada pela mãe de uma das vítimas, que estranhou as fotos sensuais que encontrou da filha em um site.
*Com informações Estado de Minas