As atividades da mineradora Samarco foram retomadas nesta sexta-feira (11) em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cinco anos depois do rompimento da Barragem de Fundão.
Em 5 de novembro de 2015, a tragédia matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira. Desde então, ninguém foi julgado, nenhuma casa foi entregue aos atingidos e a recuperação ambiental ainda não foi concluída.
"A Samarco voltou a funcionar, mas não resolveu os problemas que elas criaram. Milhares de famílias que não foram nem reconhecidas e nem cadastradas como atingidas. Em Mariana, temos o problema do reassentamento que não tem nem previsão", disse Letícia Oliveira, do Movimento dos Atingidos por Barragens.
O anúncio foi feito pelo prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), em suas redes sociais.
Segundo a prefeitura, a extração de minério de ferro foi retomada — o que a Samarco não confirma.
"Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade", completou o prefeito.
Na última quarta-feira (9), a Samarco havia dito ao G1 que iria começar apenas o comissionamento integrado das operações, o que consiste no teste de equipamentos.
A mineradora também afirmou que as atividades iriam começar "nos próximos dias" no Complexo de Germano – onde ficava a Barragem de Fundão, que se rompeu. A operação de um dos seus três concentradores e da nova planta de filtragem de rejeitos também fazem parte da retomada, segundo a mineradora.
Nesta sexta-feira (11), a Samarco informou que o reinício das operações atualmente está "previsto para a segunda quinzena de dezembro quando se espera o começo da produção de pelotas de minério de ferro no Complexo de Ubu (ES), e após finalizados todos os testes dos equipamentos".
O G1 perguntou à Samarco se a matéria-prima para a produção no Complexo de Ubu vai vir de Mariana, a empresa disse que, neste primeiro momento, será usado minério que já estava estocado no Complexo de Germano. A empresa ainda não informou quando a extração mineral será retomada.