País que rejeitou o lockdown como medida para combater a pandemia do novo coronavírus, a Suécia mudou sua legislação para conceder temporariamente ao governo o poder de adotar medidas de restrição contra a Covid-19.
O projeto de lei foi proposto pelo próprio governo e aprovado por ampla maioria nesta sexta-feira (8) pelo Parlamento.
Sua entrada em vigor foi adiantada de março para domingo (10), mas o governo ainda não especificou quando e como prevê aplicar as novas regras.
A nova lei permite que o governo adote medidas restritivas em áreas determinadas e aplique sanções e multas caso elas sejam violadas, mas não estabelece que a população fique confinada em casa.
Entre as medidas permitidas estão fechar lojas, centros comerciais e o transporte público e limitar o número de pessoas em reuniões em locais públicos específicos.
Ao contrário de outros lugares da Europa, a Suécia seguia até agora uma estratégia baseada em recomendações à população, praticamente sem medidas coercitivas.
Questionada por que a lei não foi aprovada antes, a ministra sueca da Saúde, Lena Hallengren, afirmou que "não era algo que achávamos necessário na primavera".
Com cerca de 10,3 milhões de habitantes, o país tem mais de 489 mil casos e 9,4 mil mortes pelo vírus.
O país registrou na quinta-feira (7) o maior número diário de mortes desde o início da pandemia: 277. O número é mais que o dobro das 115 mortes registradas no auge da primeira onda, em abril.