Vivendo um colapso no sistema de saúde pública e com falta de oxigênio para pacientes internados com Covid-19, Manaus recebeu, até esta terça-feira (19), 28 respiradores desenvolvidos por um grupo de engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).
No fim da semana passada, o governo de São Paulo havia anunciado o envio de 40 desses equipamentos. Os 12 restantes deverão ser entregues após a fabricação. A previsão é que, até esta quinta-feira (21), equipes de dez hospitais recebam treinamento para operar os aparelhos.
Além do recorde de internações e da falta de oxigênio, a capital amazonense sofre com cemitérios lotados – a elevada demanda de sepultamentos levou à instalação de câmeras frigoríficas nesses locais.
Batizado de Inspire, o ventilador pulmonar foi criado por engenheiros da Poli em parceria com a Faculdade de Medicina da USP para suprir a necessidade de respiradores durante a pandemia do coronavírus. Formada por 200 pesquisadores, a equipe levou cinco meses trabalhando no projeto.
O respirador é fabricado no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) em duas horas e custa cerca de R$ 4 mil – os aparelhos comerciais mais baratos saem por R$ 15 mil, segundo os pesquisadores da Poli.
O Inspire foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto do ano passado.
Até a última atualização desta reportagem, 75 desses equipamentos já haviam sido enviados a hospitais de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Em São Paulo, o Instituto do Coração (Incor) recebeu, desde julho, dez aparelhos.
Em dezembro de 2020, a equipe da USP recebeu mais insumos. A meta da Marinha é fabricar mais 50 equipamentos até esta sexta-feira (23).