A possível chegada de vacinas contra a Covid-19 à rede particular aqueceu o mercado de clínicas privadas no Brasil. É que o dizem especialistas e consultores da área ouvidos pelo G1.
Ainda que a campanha de vacinação esteja restrita à rede pública, eles relatam que:
Trata-se de um mercado que demanda alto investimento inicial, importação de vacinas e conhecimento de normas e regulamentações. Por exemplo: toda dose de vacina aplicada na rede particular deve ser reportada ao Ministério da Saúde, assim como eventuais efeitos adversos.
Fenômeno semelhante ocorreu em 2016, depois de um surto da gripe H1N1, quando filas enormes se formaram em clínicas particulares de vacinação.
Segundo Barbosa, de 2016 para 2017, o número de clínicas cresceu 60% no país. Mas, entre os estabelecimentos que abriram no período, apenas metade conseguiu manter as operações. "Houve uma expectativa de que era um serviço fácil de executar – e não é", afirma ele.
No dia 12 de janeiro, a Bharat disse que assinou um acordo de fornecimento para a companhia brasileira Precisa Medicamentos. Nesta segunda-feira (1º), a Precisa anunciou que vai pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar os testes clínicos da fase 3 da Covaxin no Brasil. Caberá a um hospital coordenar os estudos com os voluntários.
A possibilidade da chegada da vacina na rede privada – enquanto a vacinação na rede pública ainda é incipiente – gerou críticas de especialistas.
"As vacinas são bens públicos nesse momento", disse no início de janeiro à GloboNews Mariângela Simão, diretora-adjunta para acesso a medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Não deveria ter discriminação no acesso à vacina para quem paga e não paga."
Toda a produção do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é destinada à rede pública.
Há duas iniciativas da rede privada para a tentativa de compras de vacina: