Com hospitais beirando o colapso no país, 45 entidades médicas divulgaram um manifesto neste domingo (28) reforçando a importância do uso de máscaras no combate à Covid-19.
A nota foi divulgada três dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ter criticado o uso de máscaras, em uma live. Na ocasião, ele citou "um estudo de uma universidade alemã" para desestimular o uso que, na verdade, se tratava de uma enquete online pouco rigorosa.
Na nota deste domingo, os médicos destacaram ainda outras medidas necessárias contra a disseminação da doença, como o distanciamento físico, o não compartilhamento de objetos de uso pessoal e a higienização das mãos.
E afirmaram que a vacinação no país ainda "caminha em passos lentos" e de "forma descontínua retardando seus efeitos benéficos". Até este sábado, 3,09% da população brasileira já havia sido vacinada.
"É urgente que as medidas efetivas para diminuir a transmissão da doença sejam assumidas pela população como compromisso social para diminuir a possibilidade do surgimento de novas variantes do vírus e o colapso total dos serviços de saúde de todo país", alertou.
Na sexta-feira (26), um boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vive o seu momento mais crítico desde o início da pandemia, com uma ocupação de mais de 80% dos leitos de UTI, em pelo menos 17 capitais de todas as regiões do país.
Em algumas dessas cidades, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para adultos ultrapassam os 90%. A situação é pior, por exemplo, em Porto Velho, Rondônia, onde já não há mais leitos disponíveis pelo SUS, assim como em Florianópolis, com mais de 96% de lotação dos leitos.
No sábado, o Brasil ultrapassou 254 mil mortes por Covid-19 e atingiu a maior média móvel diária de óbitos, de 1.180. Já os casos de infecção passam de 10,5 milhões, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa.