O Observatório Covid-19 Uberaba, projeto de professores e discentes de iniciação científica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), que acompanha o desdobramento da pandemia do coronavírus na cidade, publicou levantamento, no dia 6 de março, onde aponta que tinham menos de 38 anos. Com a informação, a hipótese de mudança na faixa etária prioritária da doença é consolidada e reflete diretamente na realidade das unidades hospitalares de Uberaba.
De acordo com dados da Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), órgão administrador das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), houve um aumento expressivo de atendimentos a pacientes com diagnóstico positivo nos primeiros meses de 2021. Contudo, de acordo com o diretor técnico da Funepu, Márcio Dias, a grande preocupação é com a diminuição da idade dos pacientes.
“O perfil do paciente mudou. Nós estamos tendo muitos pacientes jovens. Observamos que a população que vem hoje com covid são jovens, de meia idade. As complicações estão ocorrendo de forma uniforme: pessoas jovens, de até 40 anos, que trabalham, têm uma vida ativa, e não têm nenhuma doença ou comorbidade. Elas vêm, complicam, e têm necessidade de serem transferidas”, revela Márcio.
Márcio também expõe a dificuldade de acompanhamento dos novos casos positivos. Segundo ele, a doença mudou, e agora leva pacientes a desenvolverem complicações mesmo após o término do período de sintomas.
“Antes, quando passavam os 14 dias, período de término do ciclo da doença, a pessoa recebia alta. Hoje, a doença está ocasionando outras complicações durante os 14 dias, e quando chega no fim deste período, a pessoa está apresentando quadros graves. A doença está postergando a melhora, mesmo com todos os procedimentos médicos adotados”, conclui o diretor técnico.