O prefeito Bruno Covas (PSDB) confirmou a primeira morte por falta de leito de UTI na cidade de São Paulo e disse ser inviável decretar um lockdown no município.
De acordo com Covas, a prefeitura deverá anunciar nesta quinta (18) a antecipação de feriados para tentar conter a pandemia.
"Essa medida se mostrou eficiente no ano passado, é uma das que a gente pode anunciar agora no final da manhã", afirmou ele entrevista à GloboNews.
"Se a gente conseguir 15 dias que as pessoas consigam voltar aos índices de isolamento do início da pandemia, a gente já consegue uma melhora na quantidade de casos e internações. Precisamos desse prazo de 15 dias que os especialistas da vigilância apontaram para conseguir colocar a curva para baixo e atender todo mundo na cidade", completou.
Em julho de 2020, a gestão Covas antecipou os feriados de Corpus Christi e o da Consciência Negra para frear o avanço de casos de Covid à época.
Segundo o prefeito, a capital paulista não tem efetivo de segurança para implementar medidas restritivas mais rígidas.
"No município é inviável decretar lockdown. A gente tem 1.000 guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana). É inviável fiscalizar se as pessoas estão saindo de casa com mil guardas", afirmou.
Covas citou o registro da primeira morte por falta de atendimento na cidade. Segundo ele, o caso ocorreu na Zona Leste. A capital está com 88% dos leitos de UTI ocupados.
"As vagas são em hospitais permanentes e não mais em hospitais de campanhas. Entregamos nove hospitais. A continuar o crescimento dessa curva, só vamos ver ampliar esses casos de pessoas que não conseguem leitos de UTI. Só ontem, eram 395 pessoas aguardando leitos. Um momento triste, difícil", afirmou o prefeito.
Ao G1, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, confirmou que a primeira morte na capital foi a de Renan Cardoso, de 22 anos. Ele deu entrada em estado grave de Covid no Pronto Atendimento de São Matheus no dia 11 de março.
A Prefeitura diz que pediu vaga na Cross, serviço da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde do estado, mas que, quando conseguiu liberação do leito, o rapaz já tinha falecido.
Em entrevista à TV Globo, a mãe de Renan, Maria de Jesus Ribeiro de Andrade, contou que o filho gravou um vídeo para ela logo após ser internado. Ele preparava uma festa de casamento para os pais.
“[Ele falou]: Mãe, deu positivo, pode adiar o casamento no civil? Eu falei: pode, filho. A vida em primeiro lugar. Mas não deu tempo, por falta de socorro, por falta de oxigênio, hoje meu filho não está aqui”, disse ela.