Uberaba passa pelo pior momento da pandemia, tendo em vista o número de óbitos desde o início da crise sanitária da Covid-19. Os governos estadual e municipal têm se empenhado para ampliar a assistência hospitalar e leitos de UTIs, porém têm se deparado com uma questão de difícil solução: a falta de profissionais de Saúde aptos para lidarem com pacientes nas unidades de tratamento intensivo. Esgotados, os profissionais que estão trabalhando na linha de frente dos hospitais estão fazendo turnos dobrados para conseguir suprir a demanda de assistência aos doentes de Covid-19.
A reportagem do Jornal da Manhã conversou com alguns profissionais que atuam na linha de frente sobre a realidade dentro das Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e hospitais da cidade. A enfermeira e chefe de sessão Ludmila Borges relatou que muitos profissionais têm trabalhado em mais de uma unidade. “Saem do plantão de um hospital e assumem plantão em outra unidade, chegando a fazer turnos de 36 horas em alguns casos, desafiando a exaustão em prol da vida”, explicou.
Os profissionais da Funepu que atendem o setor de Covid recebem um adicional de 40% no salário. A fundação é responsável pela gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e não permite que sejam trabalhadas horas extras, porém, os profissionais emendam o turno em outros hospitais. “Com essa falta de profissional para atender no município, a gente não está dormindo, estamos dobrando (...) A gente está indo porque não tem mais quem cobrir”, disse Ludmila. Ela acrescenta que não tem mais técnicos de enfermagem disponíveis no mercado e que muitos colegas têm trabalhado em torno de três lugares simultaneamente.