A falta de medicamentos para pacientes graves em Uberaba volta aos holofotes da pandemia, mais uma vez de forma negativa. Com novas cepas, sendo a maioria delas mais graves, o desabastecimento de sedativos preocupa bastante. Questionado pelo Jornal da Manhã, o diretor do Hospital Regional José Alencar, Frederico Ramos, informou que novos pacientes intubados já não estão sendo admitidos devido à falta desses medicamentos.
A situação grave enfrentada no país foi comentada pelo governador Romeu Zema (Novo) durante coletiva de imprensa na manhã de ontem (8). Segundo ele, o estoque em Minas Gerais não é superior a três dias e o alerta é para o quão breve essa situação pode se agravar. “Pacientes intubados podem acordar por falta de sedativo”, explicou o governador.
Em Uberaba a situação não é diferente, afirma a assessoria de imprensa da Prefeitura. “Uberaba encontra-se na mesma situação que está sendo vivida por todo o Estado. Está escasso os medicamentos utilizados em UTI para sedação e relaxante neuro-muscular, que são necessários para manter o paciente intubado. O Governo Municipal está trabalhando na perspectiva de resolver a situação e já acionou o Governador do Estado, o Secretário de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde”, informou ao Jornal da Manhã, em nota. O estoque no Hospital Regional era suficiente apenas para ontem e ainda não se sabe como a situação será contornada nesta sexta-feira (9).
A falta de medicamentos não é novidade durante a pandemia em Uberaba. A cidade enfrentou grave problema com esse desabastecimento no mês passado e uma das questões apontadas foi a dificuldade da indústria farmacêutica em acompanhar o aumento da demanda. De acordo com o governador Romeu Zema, a burocracia também entrou na equação para agravar. “Antes quem fazia essa requisição dos sedativos, eram as próprias unidades. Agora quem faz é o Ministério da Saúde que não está conseguindo distribuir no tempo adequado”, explicou, durante a coletiva.
A reportagem acionou as assessorias de imprensa dos hospitais Mario Palmério e São Domingos, que também atuam no combate à Covid-19.
Por atender tanto pacientes Covid como não Covid, o MPHU explica que é difícil de dimensionar, hoje, o tempo de estoque, visto que a demanda varia muito pelo perfil de pacientes recebidos no MPHU. "O Mário Palmério não atende somente pacientes com Covid-19 e os leitos não-Covid também consomem grandes quantidades dos chamados “Medicamentos Kit Intubação". Até o momento, apesar de toda dificuldade, todos os pacientes foram atendidos normalmente, respeitando-se as necessidades individuais de cada um. As dificuldades podem aparecer a partir dos próximos dias", informou, em nota.