Segundo informações do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), o avião que caiu na Serra da Piedade, em Piedade de Caratinga, no acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, não possuía caixa-preta. A falta do equipamento já era uma suspeita dos militares do Seripa III, órgão do Centro Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Esse modelo de aeronave voa sem a caixa-preta, e, de acordo com o tenente-coronel Oziel Silveira, do Seripa III, o equipamento não é obrigatório para o modelo. Mesmo sem a obrigatoriedade legal, a aeronave poderia ter, de forma opcional, a caixa-preta. Por isso, durante os primeiros procedimentos de investigação da Aeronáutica, os militares vasculharam o interior do avião e não encontraram esse equipamento.
No entanto, os militares encontraram o spot geolocalizador da aeronave, que funciona como um GPS, registrando a rota utilizada pelo piloto durante o voo, que será utilizada como mais uma evidência a ser analisada nos próximos dias, como contou o Ten Cel Silveira.
O avião da PEC Táxi Aéreo Ltda. será removido da Serra da Piedade por uma empresa especializada, sendo levado para o aeroporto de Ubaporanga, a 22 quilômetros do local do acidente, onde serão recolhidos mais peças para os trabalhos de investigação.
Na tarde de sábado, os oficiais do Seripa III recolheram, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais e Corpo de Bombeiros Militar, várias partes da aeronave, que estavam espalhadas pela área do acidente, como as duas partes do motor do avião, encontradas separadas em locais distintos.
Também participam na investigação do acidente aéreo a Polícia Civil de Minas Gerais, em inquérito presidido pelo delegado regional de Caratinga, Ivan Salles. Ele informou que as investigações da Aeronáutica, feitas pela equipe de militares do SERIPA III, do Rio de Janeiro, são de autonomia desse órgão do CENIPA, e serão compartilhadas com a Polícia Civil após as análises.