A denúncia foi feita ao Jornal da Manhã pelo próprio prefeito da cidade, Renato Soares. Segundo o chefe do executivo, são cerca de 627 moradias de duas unidades habitacionais afetadas. Ainda, Renato afirma que a situação é reincidente nos últimos três anos, o que gerou um conflito entre a concessionária e o Governo Municipal da cidade.
Esses dois bairros são os bairros mais vulneráveis aqui em Campo Florido e a gente vem com reincidência de problemas com a COPASA. A gente não pode deixar de reconhecer o esforço dela em que, recentemente, colocaram um reservatório, mas ela insiste que o abastecimento dela é correspondente ao crescimento vegetativo de Campo Florido E a gente acredita que não, tanto que de quinta para sexta , nós fomos surpreendidos com a falta de água sem programação que ocasionou na paralisação de creche, escola e serviços públicos nestes dois bairros”, afirma.
O prefeito ainda conta que já foi solicitado o acréscimo de mais reservatórios na cidade ou a perfuração de poços para atender a comunidade. No entanto, Soares informa que a Copasa não vem acompanhando o crescimento populacional de Campo Florido. “O crescimento populacional e o crescimento natural que a cada ano você tem uma taxa de natalidade, vão nascendo crianças, crescendo, o consumo aumenta e a Copasa não vem acompanhando. Ela não tem feito investimento aqui nos últimos três anos. Ela colocou o reservatório, mas mostrou que esse reservatório é insuficiente. A gente foi pego de surpresa”, analisa.
Ainda de acordo com Renato, o relacionamento entre a Companhia e o Executivo já não é mais amigável há um tempo. O município de Campo Florido promoveu uma Ação Civil Pública contra a Copasa, que tramita junto ao Ministério Público de Minas Gerais. “Exatamente, por ausência de plano de gerenciamento de bomba, de falta de reservatório, do contrato não estar adequado ao marco regulatório. Então, a gente tem uma ação civil pública em tramitação, temos 4 autos de infração contra a Copasa, e temos um processo administrativo por ter. Então, nossa ação com ela é litigiosa”, conta Renato.
Ele ainda afirma que, sobre a recente falta de água na cidade, a Copasa alega ser uma queda de energia que ocasionou na paralisação do sistema.
A reportagem do JM acionou a Copasa em busca de um posicionamento referente à situação relatada. A Companhia confirmou que, no final da tarde desta quarta-feira (26/07), ocorreu um pico de energia elétrica que provocou falha no dispositivo automático da bomba do poço de Campo Florido.
Por esta razão, na manhã desta quinta-feira (27/10), houve desabastecimento na parte alta da cidade. Entretanto, no início da manhã, caminhões-pipa da companhia foram deslocados para auxiliar no reabastecimento da população. “Na noite desta quinta-feira (27/10) o abastecimento em Campo Florido se normalizou”, afirma a companhia.